Cacos de vidro - Uma história das Minas perdidas de Phandelver

     Este poema narra o embate de Bruciel, personagem do meu grupo de RPG, contra o Mago "Cajado de vidro", um dos inimigos da aventura "As minas perdidas de Phandelver". Como forma de registrar o que foi um dos momentos mais épicos da aventura, até então, resolvi escrever este poema e postá-lo aqui.

A métrica não deve estar 100%, mas gostei do resultado, e me diverti escrevendo, e espero que vocês também gostem.


 

Cacos de vidro

Pelas catacumbas de colina escarpada

Um mago fazia uma fuga apressada.

Cajado-de-vidro, como era chamado,

Corria para do covil sair rápido.

Pela passagem secreta tentaria escapar

Antes que o inimigo o pudesse alcançar.


Apressado, pela gruta crua seguiu,

Onde a criatura guardiã fazia seu covil.

"Como ela pode ter sido derrotada?

Seu algoz devia ser forte em batalha!

Tanto de corpo, para das garras escapar,

E de mente, para de truques não tombar!"


Sua carcaça negra estava rasgada

E seu grande olho amarelo faltava.

Joguetes mentais não afetaram o inimigo

E agora o grande nótico jazia caído.

Visto isso, uma emoção no mago surgiu.

Covardia vergonhosa que ele sentiu!


Mas ainda havia escapatória!

Correria pelos túneis, calabouço afora!

Buscaria pela sua passagem pessoal

E fugiria deste inimigo mortal!

Seguiu seu caminho com cuidado,

Para de nenhuma sombra ser alvo!


...


No teto morcegos guincharam alto,

Como se rissem do pobre alvo.

Enquanto o caçador observava sua presa

Esperando quando ela estivesse indefesa.

Invisível estava aos olhos mortais

E da escuridão fazia arma eficaz


Elfo das sombras e do passo soturno

Moviasse nos cantos como negro vulto!

Por trajar a pele dos seres das cavernas

Era chamado de "cavaleiro das trevas"!

Adaga negra retirou de sua capa;

Pois-se a agir, começou a caçada!


...


Pelo corredor secreto o mago correu,

A porta aberta o surpreendeu.

Sangue e corpos jaziam no chão

Abatidos com um golpe em pleno salão.

O inimigo, seja quem for, passou por ali

Pensou "isso não é bom, tenho que fugir!"


Para a cisterna correu à procurar

Uma mala para a fuga que lá devia estar.

Na água olhou e olhou, mas nada encontrou.

Não estava lá. O invasor então a roubou!

Seu coração acelerou de medo;

"Onde estaria este homem em segredo?"


Passos ecoaram à suas costas,

Seu "Quem está aí? Ficou sem respostas!

Ao cajado que lhe alcunha pediu proteção,

Mas algo rápido feriu sua mão.

Seu cajado caiu sobre a água

E uma adaga negra junto afundava.


Olhou ao redor e nada encontrou,
E por um instante parou e pensou.
"Usou minha poção de invisibilidade.
Apareça e lute, seu pobre covarde!"
Um punho invisível acertou seu queixo,

Na água da cisterna caiu sem jeito.


Sentiu mãos agarrarem seu pescoço

E tentou se soltar com muito esforço,

Mas sua cabeça começou a afundar,

O caçador tentava lhe afogar!

Se contorceu para alcançar o cajado;

Não conseguiu, o algoz era rápido!


Pensou "não, não quero morrer!

Preciso resistir. Não posso me render!"

A esmo tentou esmurrar o inimigo.

Acertou, e ele foi surpreendido!

Tossiu muito e tentou se recompor;

Colocou-se de pé, apesar da dor.


Concentrou-se em gestos arcanos

Para evocar poderes profanos,

E uma contra magia utilizar,

Para a invisibilidade anular.

Mas foi lento demais para o caçador,

Que sua mão quebrou, causando-lhe dor.


Para o fundo d'água o mago voltou

E ao desespero então se abraçou.

Não havia mais estratégias de luta

Debatia-se em desespero por fuga.

E o caçador, com nova adaga na mão

Perfurou-lhe o dorso, acertando o pulmão.


Não mais resistia, a morte aceitou

A ferida ardia, e dela sangue jorrou.

No fundo da água o alvo jazia

E a magia da poção se desfazia.

E ele viu, pela água turva como um véu

A face daquele chamado de Bruciel.


PDJ: Bruciel Woodwayne (Sim, é um trocadilho com aquele personagem lá), elfo da floresta, Ranger nivel 03.

Autor: Eduardo Damãnes 

  

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